quinta-feira , 21 novembro 2024
Home / Cafeicultura / Projeto-piloto da Nespresso e Correios busca aumentar reciclagem de cápsulas de café

Projeto-piloto da Nespresso e Correios busca aumentar reciclagem de cápsulas de café

reciclagem capsulas café

A reciclagem de cápsulas de café é uma das estratégias da Nespresso para atingir a ambiciosa meta de ser neutra em emissões de gases de efeito estufa até 2022. Para isso, uma parceria com os Correios foi a alternativa diante dos desafios causados pela pandemia de Covid-19.

Por meio do projeto-piloto, cápsulas de café usadas poderão ser depositadas nas agências e os próprios Correios farão a transferência do material até o centro de reciclagem da Nespresso, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, onde é feita a separação do pó de café e do alumínio sem a utilização de água.

Cecília Soares, gerente de sustentabilidade da Nespresso no Brasil, afirma que a ação já está em período experimental em Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Piracicaba (SP) e Santos (SP), cidades em que há alta concentração de consumidores.
“É disponibilizado um coletor, em papelão, para ser ponto de coleta. Quando estiver cheio, pode ser fechado e enviado para o centro de reciclagem”, conta. O potencial é de expandir o projeto para até 3.500 agências. “Toda cidade do Brasil tende a ter, pelo menos, uma agência dos Correios. É uma forma de estarmos mais perto de todos os nossos clientes”, diz.

Ela afirma que 100% dos clientes da Nespresso estão contemplados com alguma alternativa de logística reversa para reciclagem das cápsulas usadas, mas admite que “falta comunicar, buscar engajamento do consumidor, e mostrar o quanto o papel dele é importante e gera benefícios”.
Sem revelar a quantidade de cápsulas comercializadas, a gerente de sustentabilidade admite que não há um controle preciso do número de cápsulas que são, efetivamente, recicladas. Há uma diferença entre a capacidade de coleta e de reciclagem, e ambas as atividades foram afetadas pela pandemia.
Enquanto os índices de reciclagem giravam em torno de 23% em 2019, o número caiu para 15% em 2020. “Nosso principal ponto de coleta das cápsulas vazias são as boutiques, como as lojas do shopping. Com o fechamento do comércio e o isolamento social, sentimos essa diferença. Cooperativas de reciclagem também pararam de reciclar e o nosso centro de reciclagem não parou, mas diminuiu”, explica.

Ainda assim, a meta é que os 23% sejam retomados em 2021 e, até 2025, o volume alcance os 50%. Para ambos os números, o projeto com os Correios é estratégico, mas, mais do que isso, o engajamento do público se faz necessário.
O pó de café e o alumínio são matérias-primas para a economia circular. Isso porque, ambos voltam para a reutilização, dando vida a novos materiais, explica Cecília. No caso do café, todo o pó recolhido é enviado à Cooperapas, cooperativa de agroecologia na periferia de São Paulo.
Já o alumínio é destinado para a indústria química e se torna, por exemplo, peças de esquadria. Apesar de saber que esta é uma indústria que costuma contribuir para a poluição do meio ambiente, Cecília pondera que a reciclagem do alumínio economiza 95% de energia em comparação a um alumínio virgem.

“A gente não consegue ainda saber o que esse alumínio vai se tornar, mas é melhor do que ser um passivo ambiental visível nos lares e ir para o lixo doméstico e aterros sanitários”, defende.

Plantio de árvores

Além da economia circular, a Nespresso também aposta no plantio de árvores em comunhão com a SOS Mata Atlântica. De acordo com a empresa, 70 mil árvores de mais de 60 espécies nativas foram plantadas, em 20 hectares. A meta é que, em cinco anos, sejam plantadas 700 mil.

Cerca de 60 hectares também foram restaurados na região de Carmo de Minas (MG) e Carmo de Paranaíba (MG), por meio do reflorestamento de mais de 100 mil árvores nativas.

Cecília também indica que a companhia está de olho no mercado de carbono. Sem entrar em detalhes, ela revela que “toda a negociação das compras de crédito de carbono não vai ser feita pelo Brasil”, mas conduzida pela Suíça, por meio de certificadoras europeias.
“Se as mudanças climáticas acontecerem, como podem acontecer, o futuro do café está ameaçado. Então a gente tem que agir o mais rápido possível. O tema se tornou urgente. Consumidores não vão mais aceitar empresas que não estejam alertas à exigência do clima”, afirma.

(GLOBO RURAL)

Veja Também

1PM viatura policia

Furto de moto no Bairro Bela Vista

Militares registraram um furto de motocicleta no bairro Bela Vista, em Manhuaçu, nessa segunda-feira (18). ...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *