Nem só de produtos como soja, milho, algodão e proteínas vive a exportação brasileira. Há mercado para muitos outros produtos como o mel, por exemplo. Desde 2016, as exportações só têm registrado crescimento ano a ano. De acordo com a Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) cerca de 60% da produção de mel brasileiro é exportada.
No ano passado foram exportadas 45.626 toneladas, aumento de 51,88% quando comparado a 2019, com 30.039 toneladas, atingindo faturamento de mais de US$ 98 milhões. O maior parceiro comercial foram os Estados Unidos, responsável por 75% das embarcações ou 34.128 toneladas. Em seguida vem a Alemanha com 12% (5.363t) e Canadá 4% (1.788 t). Este montante é produzido principalmente pelas regiões Sul do Brasil, responsável por 39,8%, Nordeste por 31,3%, Sudeste por 22,5% e os 6,4% Centro-Oeste e Norte.
De acordo com a gerente administrativa da Abemel, Suelen Tomazella, a pandemia gerou mudanças de comportamento de consumo e novos hábitos alimentares no mundo. E o mel, por ser um produto saudável e super indicado para melhorar as condições respiratórias, fez parte de muitas refeições internacionais. “Tivemos um aumento de demanda durante a pandemia, mas é difícil saber se este cenário se manterá pós-Covid. Estamos otimistas, principalmente, pelo aumento de consumo nos mercados americano e europeu. Esperamos ampliar nossa atuação em outros países”, comenta a gerente.
Outro mercado que os produtores de mel podem explorar e já atinge 1.8 bilhão de pessoas no mundo é o muçulmano. Mas para exportar para os países árabes islâmicos é necessário que tenha a certificação halal (em árabe significa permitido para consumo).
Para que a expansão do mercado seja possível, as indústrias e produtores brasileiros precisam se adaptar às exigências da jurisprudência islâmica. Boa parte dos países importadores, principalmente, os países árabes muçulmanos têm exigido a certificação halal. Ela atesta boas práticas de fabricação, segurança e de qualidade, dentro do permitido nas leis muçulmanas.
“É um mercado ávido por produtos de qualidade e, tanto a população como o consumo crescem numa velocidade surpreendente. Com certeza, o mel tem grandes oportunidades comerciais não só nos países árabes, como nos continentes asiático e africano, principalmente, por se destacar pela sua alta qualidade e pelo seu valor agregado”, comenta o gerente comercial da Cdial Halal, Omar Chahine.
(Agrolink)