A produtividade média da safra dos Cafés do Brasil, incluindo as duas espécies da cultura, Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (robusta + conilon), estimada para o ano-cafeeiro em curso, cujas pesquisas e estudos foram realizados em janeiro de 2023, corresponderá a aproximadamente 28,9 sacas por hectare. Para tanto, referidos estudos estimaram que a safra brasileira total será de 54,94 milhões de sacas de 60kg, a qual está em fase de produção numa área de 1,9 milhão de hectares.
Neste contexto, há que se destacar que a área ocupada pela cafeicultura brasileira, com as duas espécies de café, totaliza 2,26 milhões de hectares, sendo 1,9 milhão de hectares, conforme citado, empregados na produção deste ano-cafeeiro, os quais equivalem a 84% do total. E, adicionalmente, 355,5 mil hectares em formação, que correspondem em torno de 16% da área total de cultivo dos Cafés do Brasil. Tais números denotam que a área em produção teve um acréscimo de 0,8%, e, em contraponto, que a área em formação decresceu 11%, caso sejam comparados com o ano-cafeeiro 2022.
Com relação exclusivamente à produção de café da espécie C. arabica, este primeiro estudo realizado em janeiro de 2023, indica que a produção total corresponderá a aproximadamente 68% da safra prevista, haja vista que a estimativa indica um volume físico a ser colhido equivalente a 37,43 milhões de sacas de 60kg. Assim, caso confirmado, esse número registrará um aumento de 14,4%, caso comparado com a safra anterior de 2022. Em complemento, quanto ao C. canephora, o primeiro levantamento aponta uma produção de 17,51 milhões de sacas, as quais equivalerão a 32% do total a ser colhido, e, ainda, que, no caso, haverá redução de 3,8% na comparação com a safra passada.
Convém esclarecer que os dados em pauta objeto desta análise acerca da produção dos Cafés do Brasil, entre muitos outros relevantes para o setor, foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento – Conab no 1° Levantamento da Safra de Café de 2023, cujo estudo também está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Assim, conforme também realça a Conab neste seu Primeiro Levantamento, esta estimativa inicial da safra do ano-cafeeiro 2023, a despeito de ter sido elaborada num contexto esperado de bienalidade baixa, pois tal fenômeno (bienalidade) dos Cafés do Brasil alterna historicamente produção baixa em ano ímpar com produção mais alta em ano par, sinaliza uma produção superior à colhida em 2022, a qual foi de 50,9 milhões de sacas de 60kg, quebrando dessa forma esse ciclo previsto da série, desde a safra 2001, primeiro ano em que a Conab passou a acompanhar oficialmente a safra cafeeira do País.
Como os Cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas do País, caso seja feito um ranking nesse sentido, para o ano-cafeeiro 2023, em ordem decrescente, constata-se que a Região Sudeste, que tem sua produção estimada em 47 milhões de sacas de 60kg, se destaca de forma absoluta em primeiro lugar, pois sua produção corresponderá a 85,6% da safra nacional. Na segunda posição, vem a Região Nordeste com a safra prevista de 3,62 milhões de sacas, que equivalerá a 6,6% da produção brasileira de café.
Na sequência, como terceira colocada, figura a Região Norte, com estimativa de produção de 2,94 milhões de sacas (5,3%), seguida pela Região Sul (733 mil sacas – 1,3%), e, por último, em quinto lugar, a Região Centro-Oeste, cuja produção foi calculada em 465,8 mil sacas de 60kg, número que equivale a menos de 1% da safra dos Cafés do Brasil prevista para ser colhida em 2023.
Lucas Tadeu Ferreira – MTb 3032/DF
FONTE: CONAB / AGROLINK / EMBRAPA CAFÉ