J.B. Matiello, S.R. de Almeida e L. Bartelega –Engs. Agrs. Fundação Procafé e L. Franco e J.R. Dias-Engs. Agrs. Fazendas Sertãozinho.
A observação em campo, nas lavouras de café, mostra, na mesma linha de plantas, a existência de diferentes níveis de produção entre elas.
Podem ser vistos cafeeiros com muita carga, outros com pouca ou nenhuma carga de frutos. Assim, a produtividade da lavoura, como um todo, fica afetada.
A cafeicultura praticada a pleno sol, como acontece no Brasil, favorece a indução floral e a alta frutificação nas plantas. Além disso, as variedades de café atuais tem boa capacidade produtiva.
Nessas condições, os cafeeiros produzem bem e se estressam após a carga alta, assim produzindo pouco na safra seguinte.
Nas safras iniciais da lavoura de café a produção é bem uniforme entre plantas. No entanto, com o passar dos anos, vão ocorrer fatores diversos, que afetam diferentemente as plantas.
Começa pela variação na própria estrutura das plantas, nas suas raízes e parte aérea, afetadas por diferenças nas mudas, na adubação de fundação, pelo local etc. Depois ocorrem diferenças no ataque de pragas e doenças, na nutrição, pulverizações, em outros tratos, na colheita e na própria condição microclimática, afetando diferentemente as plantas do talhão. Então, começa a aparecer variabilidade entre a produção das plantas, mesmo vizinhas, na mesma linha de cafeeiros.
A variação produtiva entre plantas no cafezal pode ser observada visualmente e comprovada, estatisticamente, nos ensaios experimentais. Nesses, mesmo juntando parcelas com mais plantas (5-10) e com 4-6 repetições, o coeficiente normal de variação produtiva tem sido, quase sempre, superior a 20%%. Levantado o problema, vamos às soluções. A poda de esqueletamento/ desponte, retirando, por igual, a produção futura de todas as plantas do talhão e renovando a ramagem delas, é a forma indicada para uniformizar a produção entre plantas de café.
De forma preventiva, para reduzir a variabilidade produtiva entre plantas, deve-se adotar praticas e tratos adequados e de forma mais uniforme possível, visando reduzir estresses diferenciais no pós-safra.
(Fundação ProCafé)