A pandemia de Coronavírus influenciou na incidência de raios no Brasil. Dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que em março somente 4% dos raios atingiram o solo. Em março de 2020 este percentual variou entre 40 e 63% de descargas que tocaram o chão.
A explicação estaria na diminuição da poluição no ar pela menor circulação de pessoas. Somente em São Paulo o índice caiu 30%. Para o pesquisador do INPE, Osmar Pinto Junior, quando a poluição está mais alta ocorrem mais descargas no solo e menos no céu. “Isso pode levar a um aumento de fatalidades e prejuízos”, aponta.
O INPE aponta que o país é o que mais registra o fenômeno no mundo. São cerca de 80 milhões de descargas elétricas por ano. Os prejuízos anuais chegam a R$ 1 bilhão e as mortes por raios atingem 110 pessoas. Ao todo, em 2020 foram verificados 121 milhões de raios, um aumento de 51% em relação a 2019, quando o ELAT observou 62 milhões deles.
No começo deste ano o fenômeno La Niña levou a um aumento dos raios em várias regiões do país em função das tempestades. O Norte concentra quase metade dos raios que caem no Brasil, e essa maior incidência acontece, entre outros fatores, porque o Amazonas é um estado com grandes volumes de água. O especialista explica que a formação de raios durante uma tempestade deve-se à concentração de gelo presente em uma nuvem. “Isso ocorre porque os raios são resultado dos choques de partículas de gelo dentro das nuvens de uma tempestade”, ressalta.