Aos 96 anos, tomará posse nesta sexta-feira, 06/05, às 20h, na Academia Mineira de Letras, o jurista e político Ibrahim Abi-Ackel, após disputada eleição pela cadeira de número 17, cujo patrono é o Conde de Prados (1815-1882). Natural de Manhumirim, o Ex-deputado Federal e ex-vereador de Manhuaçu, Ibrahim Abi-Ackel é conhecido por sua trajetória junto à política nacional e atuação na área de Direito, durante vários anos.
Na Cadeira a ser ocupada por Ibrahim na Academia, já se sentaram o médico Eduardo de Menezes (1857-1923), o desembargador José Antônio Nogueira (1892-1947) e os ex-ministros Abgar Renault (1901-1995) e Aluísio Pimenta (1923-2016). O discurso de saudação vai ser pronunciado pelo acadêmico, doutor em história e professor da PUC Minas Amilcar Vianna Martins Filho.
Dois anos após a eleição, em 2020, a demora para a posse se explica. Além da emergência sanitária provocada pela COVID-19, que impediu nos últimos dois anos a posse de oito novos acadêmicos, a eleição para o sucessor de Aluísio Pimenta foi a mais longa da história da Academia Mineira de Letras. Enfrentaram-se numa primeira eleição, em 2016, os dois candidatos e juristas Ibrahim Abi-Ackel e Luiz Carlos Abritta.
Embora tenha tido mais votos no primeiro escrutínio, Abritta não alcançou a maioria necessária. No segundo escrutínio regimental, Abi Ackel saiu-se vitorioso. O processo foi judicializado e o Tribunal de Justiça de Minas recomendou que fossem realizadas novas eleições, quando Abi Ackel voltou a ganhar a disputa.
Ibrahim Abi-Ackel
Ibrahim Abi-Ackel é o primogênito de uma família de sete filhos, do casal de descendência libanesa, Mellim Abi-Ackel e Maria Bracks Abi-Ackel. Nasceu em Manhumirim, mas, para garantir acesso dos filhos ao ensino fundamental e médio, a família se mudou para Manhuaçu. Ali se formou e, em 1946, aos 20 anos, Ibrahim Abi-Ackel mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Interessado na vida e obra de Rui Barbosa, com o trabalho “Rui e o civilismo”, o concurso de monografias patrocinado pelo centro acadêmico de sua faculdade, em comemoração ao centenário do nascimento do jurista.
No mesmo período, recebeu prêmios da Revista Brasileira de Criminologia e da Livraria Freitas Bastos e foi colaborador da revista A Cigarra, dos Diários Associados, assinando a seção “Uma história verídica”. Integrou ainda, com um de seus contos, a Antologia de contos de escritores novos do Brasil, que então se organizava.
CARGOS ELETIVOS
A maior parte da trajetória profissional de Ibrahim Abi-Ackel foi dedicada ao exercício de cargos eletivos, onde se destacou em atuação e focada em temas concernentes à legislação criminal e civil, assim como à situação carcerária do país. Iniciou a carreira política em 1955 elegendo-se vereador pelo PSD em Manhuaçu, cidade da qual, já como advogado criminal, atendia a toda a região. Apoiou naquele ano a eleição à Presidência da República de Juscelino Kubitschek.
Em 1962, candidatou-se pelo PSD à Assembleia Legislativa de Minas, alcançando a primeira suplência da chapa, o que lhe permitiu em 1966, com a eleição de Israel Pinheiro ao governo de Minas, assumir a cadeira do então deputado estadual Pio Canedo, que era o vice da chapa.
Em 1966, Abi-Ackel tornou-se líder da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do regime autoritário militar, que se seguiu ao golpe de 1964. Em decorrência do Ato Institucional n.º 2, de 1965, que instituiu o bipartidarismo no país, Abi-Ackel filiou-se à Arena, acompanhando o movimento de Israel Pinheiro.
(Fonte: Bertha Maakaroun / Portal Uai / Estado de Minas)