A safra de café do Brasil deste ano foi estimada nesta quarta-feira em 52,8 milhões de sacas, declínio de 3,7% ante o mês anterior, com uma produção menor que a esperada na variedade arábica, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo com a redução, a safra do Brasil ainda será 7,8% maior ante 2021, quando o país estava no ano de baixa do ciclo bianual do arábica.
A colheita do café arábica, que está em andamento, foi estimada em 35,2 milhões de sacas, declínio de 5,9% frente ao mês anterior e alta de 9,8% ante o ano passado.
“Em 2022, a safra do café arábica será de bienalidade positiva, o que deveria resultar em um aumento expressivo da produção. Contudo, o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021, inclusive com a ocorrência de geadas em algumas regiões produtoras, reduziu o potencial de produção esperado, ao afetar a fixação das floradas e o desenvolvimento dos ‘chumbinhos’”, disse o IBGE.
Para o café canéfora (conilon/robusta), a colheita foi estimada em 17,66 milhões de sacas, aumento de 0,8% frente ao mês anterior e de 4,1% em relação a 2021.
O IBGE citou aumento de 1,9% ma área plantada dessa variedade, e uma alta na produção do Espírito Santo (maior produtor de conilon) de 3,1% ante 2021, enquanto em Rondônia a safra deve crescer quase 10%.
COLHEITA
Alguns produtores têm relatado dificuldades para contratação de mão de obra especialmente no Espírito Santo, o que tem trazido alguma lentidão para os trabalhos, segundo o Cepea.
Na importante região produtora de arábica com atuação da Cooxupé, que origina grãos no Sul de Minas, Cerrado e parte de São Paulo, os trabalhos estão “dentro da normalidade”, afirmou a maior cooperativa do Brasil nesta quarta-feira.
Segundo dados da Cooxupé, a colheita atingiu 7% do total até 3 de junho, estando ligeiramente atrás do visto na mesma época de 2021 (8%) e de 2020 (12,46%), último ano de alta do arábica.
A região com a atuação da Cooxupé mais avançada é o Sul de Minas, com quase 10% de colheita realizada.
(Fonte: Roberto Samora/ Reuters)