Nicolau da Costa Mattos foi o terceiro chefe do Executivo de Manhuaçu e Presidente da Câmara Municipal. Governou entre 1889 e 1891, sucedendo o Padre Fortunato de Souza Carvalho, que esteve à frente da gestão 1884-1888.
Nicolau, conhecido como Coronel Mattos, veio de São Paulo do Muriaé (atual Muriaé-MG), residindo em Jequitibá do Manhuaçu a partir de 1878.
O livro ‘A República do Silêncio’, do Professor Flávio Mateus dos Santos (1ª ed., 2009), traz importantes relatos da imprensa na época, sobre a base política deste ex-prefeito.
‘Nicolau da Costa Mattos era conservador. E, como não havia partido conservador na freguesia, ele tratou de criá-lo. Em seu governo, ele conseguiu manter a ordem, desenvolvendo a prática de agricultura e algumas obras públicas. Com a queda do partido conservador em 1889 e a Proclamação da República, declarou ser republicano, deixando transparecer suas ideias democráticas, alegando não suportar a ditadura do senhor Visconde de Ouro Preto’. (O MONITOR, Acontecimentos do Pirapetinga. Carangola: 05, set. 1894)
O ano de 1889 foi marcado pela Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de novembro. Coronel Mattos aderiu a esta mudança de sistema de governo e integrou ala política que se converteu no momento da Proclamação da República.
‘Era habilidade política muito comum nos primeiros tempos da instauração da ordem republicana no Brasil, pois, estar do lado da situação era uma das principais estratégias para permanecer no poder político durante a Primeira República’. (LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, Enxada e Voto: o Município e o Regime Representativo no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega, 2ª edição 1975, p. 40)
Coronel Mattos foi sucedido por Serafim Tibúrcio, quando este assumiu o Executivo Municipal em 1892.
Relacionamento político entre os Coronéis Mattos e Serafim Tibúrcio
Professor Flávio Mateus apresenta importante relato sobre acontecimentos políticos envolvendo o então Prefeito Cel. Mattos e seu sucessor, Coronel Serafim Tibúrcio, registrado no livro A República do Silêncio.
‘O Coronel Nicolau da Costa Mattos convidou o Coronel Serafim Tibúrcio da Costa para participar como conselheiro do partido e aproveitou-se da ausência de Costa Mattos, pois este tinha ido à Ouro Preto tratar da nova organização local e dos distritos. O coronel Serafim Tibúrcio movia-se com esperteza, à surdina, e promoveu intriga entre seus companheiros. Logo propôs dividir os republicanos em dois grupos. Serafim Tibúrcio lançou sua candidatura, alegando que Costa Mattos havia desistido. Assim sendo, conseguiu atingir seu objetivo inicial, tornando-se chefe de um dos grupos, mantido por Dr. Luiz Christiano de Castro, juiz de Direito da Comarca, por influência do vigário Odorico Dolabela’. (TINOCO, Aristides. História Social. Apud. MIRANDA, Roberto de Assis, Histórico de Manhuaçu, Manhuaçu: Datilografado, 1977, p. 34).
Inicia-se naquele período uma contenda política de grande repercussão nos anos seguintes, entre os dois coronéis.
Um pouco mais sobre o Coronel Mattos
Coronel Mattos morou em Cisneiros (distrito de Palma-MG), em chácara próxima ao Rio Pomba. Era fazendeiro que produzia cana-de-açúcar e café. A fazenda era situada onde atualmente ficam as propriedades da família Vaz.
Nicolau era irmão do Major José da Costa Mattos, gerente da fazenda Aliança, na época em que o Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis era proprietário.
No distrito de Cisneiros, a conhecida rua da Igreja leva seu nome.
No Brasil: Províncias tornam-se Estados
Em 1889, com a proclamação da República, as províncias passaram à categoria de estados. O País apresenta uma situação bastante estável no que se refere às províncias e Unidades da Federação. Já a malha municipal possui mais dinamismo e vem apresentando sucessivos desmembramentos para a formação de novas unidades em todo o País, tanto em áreas de ocupação recente quanto naquelas já consolidadas. O País contava com 642 municípios em 1872, quantidade que aumentaria gradativamente até os dia atuais.¹
(Pesquisa e redação: Thomaz Júnior)
Com grande colaboração e incentivo do Jornalista Sebastião Fernandes.
Fonte: SANTOS, Flávio Mateus dos, A República do Silêncio, 2009, 1ª ed., p. 130 e 131;
http://joaquimrmachado.blogspot.com/2006/06/costa-mattos-nos-artigos-anteriores.html
Foto e informações sobre a vida de Nicolina (filha do Cel. Costa Mattos):
http://reliquiasmarieller.blogspot.com/2012/03/nicolina-da-costa-mattos.html
¹Agência Brasil.
Sou bisneta de Nicolina da Costa Matos e gostaria de saber mais sobre sua história, alguém pode me informar?
Sei que se casou com o alemão João Eller’ meu biso.
Mariana Louzada Eler Araujo