A irrigação garante umidade adequada, por tempo suficiente e no momento certo para o pleno desenvolvimento das lavouras. Essas vantagens levaram cafeicultores da região do Caparaó a adotarem a tecnologia para minimizar os efeitos dos longos períodos de seca que se tornaram recorrentes nos últimosanos.
O processo da região mineira converge com o do resto do Brasil. Segundo o Atlas da Irrigação, divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) a área irrigada no país aumentará 45% até 2030.
Caparaó
Em Caparaó, a instalação da irrigação por gotejamento foi uma recomendação do técnico de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar, Jorge Araújo. “Hoje temos cinco pequenos produtores usando a irrigação. Ela faz toda a diferença no pegamento das plantas e no desenvolvimento uniforme das lavouras”, explicou.
O grupo que aceitou a ideia, inovadora para o local, comemora os resultados.
Ivan Brinati, cafeicultor há 18 anos, foi o primeiro a implementar a irrigação. “A vantagem é que a gente não fica dependendo do clima”, afirmou.
O primeiro teste da tecnologia foi feito em área com plantio de 900 plantas. “A lavoura está completando um ano e quatro meses e já tem uma primeira carga que deve pagar o investimento na irrigação”, comenta o técnico Jorge.
Com 20 anos de experiência na cafeicultura, Washington Donadio contou após perder todas as plantas de uma nova área plantada em 2023, por falta de chuvas, ele decidiu apostar na irrigação no ano passado. “Tivemos uma estiagem de aproximadamente 60 dias e a plantação sentiu muito. Daí a necessidade da irrigação. A vantagem é que já nas primeiras ações se nota a diferença e recuperação das plantas”.
Para o jovem Gustavo Nogueira, de 25 anos o ATeG foi sinônimo de renovação e inovação. Ele e o pai instalaram a irrigação por gotejamento em 2024. Ele disse que venceu dois desafios ao implementar a tecnologia: convencer o pai sobre os benefícios, e fazer o café resistir às intempéries climáticas.
“Como estamos em uma área fresca, as pessoas, com mentalidade antiga, acham que não precisava da irrigação, mas estamos vendo que o café está com um ótimo crescimento, diferente de áreas não irrigadas”. A lavoura de Gustavo se tornou referência. “Deu muito certo! Os vizinhos vêm visitar e perguntar como funciona. É algo novo para a região, mas vale a pena”, concluiu.
Lilian Moura/ Comunicação FAEMG/ SENAR-MG