A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que autorizou o início dos testes do soro anti Covid-19, desenvolvido pelo Instituto Butantan. Esta será a primeira vez que o soro será aplicado em voluntários humanos.
O soro é obtido a partir de plasma de cavalos para ser usado no tratamento dos sintomas da doença nas pessoas já infectadas. O pedido para a autorização para testes em humanos foi feito pelo instituto no início de março. A expectativa do Butantan é que o soro possa ajudar a reduzir a letalidade e a gravidade da doença e aliviar o sistema de saúde.
O teste em humanos é uma etapa chave para que o instituto possa avançar no desenvolvimento do medicamento e, posteriormente, solicitar seu registro junto à Anvisa, condição necessária para que ele seja usado no mercado. “A avaliação da proposta de pesquisa foi feita integralmente pela Anvisa, sem a participação de outras agências estrangeiras, já que as fases iniciais de testes clínicos do soro serão feitas apenas no Brasil”, informou a agência.
Nos testes em animais, como coelhos e camundongos, o soro já demonstrou a diminuição da carga viral e perfil inflamatório reduzido. Os estudos com o soro anti-Covid começaram no ano passado. Pesquisadores isolaram o vírus, inativaram e aplicaram em 800 cavalos na fazenda do instituto em Araçariguama (SP). Alguns animais responderam ao vírus com anticorpos. Esse plasma foi coletado e processado nas instalações do Butantan, dando origem ao produto.
“Os animais que foram tratados tiveram seu pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo coronavírus, mostrando que os resultados de estudos em animais são extremamente promissores e esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos que poderão ser autorizados”, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.