sexta-feira , 20 setembro 2024
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Com pandemia, aumentam exportações de hortaliças e frutas cítricas

frutas e legumes

Com dificuldades de comercialização no mercado interno por conta da pandemia do coronavírus, a cadeia produtiva de hortaliças tem buscado a exportação como alternativa de renda. O embarque de produtos como cenoura, tomate, cebola e batata cresceu mais de 300% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

Também nesta semana, a CNA se reuniu com o novo secretário de Política Agrícola do Mapa, César Halum, para discutir medidas para modernizar a política agrícola brasileira.

No cenário internacional, destaque para os fatos ocorridos na União Europeia e China e um relatório da FAO sobre a fome no mundo.

Política Agrícola

A Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA se reuniu essa semana para discutir o andamento do plano agrícola os detalhes das Resoluções 71 a 74, do Comitê Gestor do Seguro Rural, que alteram obrigações das seguradoras e dos produtores que acessam a subvenção ao prêmio do seguro rural (PSR), atendendo a uma demanda apresentada pela Confederação.

A Resolução 73/2020-CGSR altera alguns critérios e procedimentos para o fornecimento de informações de sinistros em operações de seguro rural beneficiadas pelo PSR. Os produtores devem ficar atentos aos prazos estabelecidos pela resolução para comunicação do sinistro às seguradoras. A resolução também estabelece prazos máximos para que a seguradora envie o perito à propriedade.

Na oportunidade, tratou-se também do panorama das contratações de crédito e seguro nos estados e do Projeto-piloto de subvenção ao prêmio do seguro rural para operações enquadradas no Pronaf (Resolução 75 do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural), do Projeto Monitor de Seguros Rurais e do Projeto de Capacitação de Corretores e Peritos. Essas iniciativas têm sido desenvolvidas pelo MAPA, com apoio e parceria da CNA.

Ainda nesta semana, a CNA apresentou ao novo secretário de Política Agrícola do Mapa, César Halum, as prioridades do setor na área de política agrícola. Foram expostos os problemas relacionados à venda casada nas contratações de crédito rural, os altos custos cartorários para registro de cédulas e garantias, a necessidade de ajustes na regulamentação prudencial sobre a carteira de crédito rural nas instituições financeiras, a parceria do Sistema CNA com parlamentares e governo para o fortalecimento do seguro rural, melhoria do arcabouço legal visando modernizar a política agrícola brasileira, e o projeto de diretrizes de médio e longo prazo para a agropecuária brasileira.

Frutas e Hortaliças

Produtores de flores de corte cogitam plantar hortaliças como alternativa de gerar renda enquanto as medidas restritivas por conta da Covid-19 continuarem.

Existe uma grande divergência entre as medidas de prevenção e controle do coronavírus nos municípios das cinco regiões brasileiras. Em muitos o comércio está voltando à normalidade e em outros está sendo novamente fechado. Diante da incerteza do consumo, produtores de hortaliças estão produzindo 25% abaixo da capacidade normal do período.

Devido à demanda ainda abaixo do normal e com dificuldade de comercialização no mercado interno, algumas cadeias produtivas buscaram alternativa na exportação. O volume exportado de hortaliças como cenoura, tomate, cebola e batata cresceram mais de 300% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Já entre as frutas cítricas, como tangerina, limão e laranja, devido à maior procura do consumidor por alimentos ricos em vitamina C, houve crescimento do volume exportado de 158%, 132% e 12% respectivamente. E a exportação de banana foi 17% superior no mesmo período.

Os produtores rurais têm tomado medidas para impedir que novos casos de infectados por Covid-19 que chegam ao interior atinjam trabalhadores que atuam nas lavouras e packing houses.

Commodities

Em relação à comercialização do café, consultorias indicam avanços. Mais de 40% da safra 2020/21 já foi vendida e quase 20% da safra 2021/2022 foi comercializada. A desvalorização do Real frente ao dólar e os preços, relativamente remunerativos, têm sido apontados como a causa da ampliação dos negócios.

Em Minas Gerais, há relatos de ampliação do investimento em derriçadoras portáteis manuais como forma de contornar a redução de mão-de-obra para a colheita manual de café.

Em favor do setor sucroenergético, o Ministério de Minas e Energia enviou para aprovação da Receita Federal uma minuta de Medida Provisória que prevê tributação progressiva na comercialização dos créditos de descarbonização (CBios) do programa RenovaBio. Essa tributação visa estimular a comercialização dos CBios, uma demanda do setor desde que o artigo 60 da Medida Provisória nº 897/2019 (MP do Agro) foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Aves e suínos

A reabertura do comércio segue gerando alta demanda por carne de frango. Com isso, o preço pago ao produtor pelo frango vivo no interior de São Paulo teve duas altas consecutivas esta semana, fechando em R$3,75/kg. As valorizações representam uma alta de 3% em relação à semana passada e de 5,7% em relação a junho. Minas Gerais seguiu a tendência de São Paulo e o preço médio estado está a R$3,80/kg.

O aumento na demanda de carne de frango segue refletindo na retração das vendas de ovos, cujo preço da caixa de 30 dúzias teve uma queda de 2,5% em relação à semana passada, cotado a R$80,00.

A chegada do inverno, época em que tradicionalmente há aumento do consumo de carne suína, e a reabertura do comércio fizeram com que o mercado de suínos independente seguisse em alta esta semana nas principais regiões de referência, com alta nas bolsas de Minas Gerais (+15%), Santa Catarina (+18%), São Paulo (+9%), Paraná (+16%) e Rio Grande do Sul (+14%).

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou uma revisão das expectativas de produção e exportação para frango, ovos e suínos para 2020. A entidade estima altas na produção brasileira: 3% a 4% na produção de frangos (13,7 a 13,8 milhões toneladas); 7% para ovos (mais de 50 bilhões de unidades); e 4% a 6,5% para carne suína (até 4,25 milhões de toneladas).

Lácteos

A reabertura do comércio também tem refletido na alta demanda por lácteos. Ao longo da semana, o leite UHT valorizou 1,2% em relação à semana anterior, sendo negociado a R$ 3,18. Já a muçarela aumentou 1,4%, sendo comercializada a R$ 24,95. Essas valorizações impactaram o mercado do leite Spot, negociado para a segunda quinzena de julho a R$ 2,30, alta de 3% em relação à primeira quinzena.

Boi Gordo

Apesar de não existir comprovação científica da transmissão de Covid-19 pelo consumo de alimentos, o governo chinês publicou novas normas de alfândega, com maior rigor na inspeção de produtos alimentícios. Dessa forma, os frigoríficos que optarem pela autossuspensão terão maior dificuldade para comprovar a segurança de seus produtos embalados e voltar a exportar. Além disso, e mesmo sem embasamento técnico-científico, o país asiático suspendeu a habilitação de duas plantas brasileiras, uma de aves e outra de bovinos. Atualmente, há cinco plantas brasileiras embargadas pela China e uma pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na Argentina, sete plantas de frangos solicitaram autossuspensão de exportações.

Enquanto isso, a exportação global brasileira de carne bovina continua aquecida e com grandes chances de bater mais um recorde de volume e faturamento. No mercado físico, o preço do boi gordo segue estável, fechando em torno de R$220/@.

Pescado

Com a chegada do inverno, há um desaquecimento do consumo de pescados, já que são considerados produtos mais frescos e leves do que outras proteínas. Somado a isso, a recuperação do consumo das demais proteínas, causada pela reabertura do comércio, fez com que o preço da tilápia no Ceagesp caísse 13% em relação à semana passada.

Em relação ao mercado externo, a imposição pelos Estados Unidos de uma tarifa de importação de 25% sobre a tilápia da China pode ampliar as exportações do produto brasileiro. A preferência do país por tilápia fresca continua fazendo com que o mercado norte-americano seja o mais importante para o Brasil.

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