O Brasil é o principal produtor de café do mundo. A bebida apreciada pela população, com diferentes tons, gostos e sabores, desde 2015, é celebrada neste domingo (1/10), ‘Dia Internacional do Café’. A data foi instituída pela Organização Internacional do Café (OIC).
De acordo com o 3º levantamento de café, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país exportou o grão para 143 países, em que Estados Unidos e Alemanha são os principais importadores. Além disso, o país é o segundo que mais consome a bebida, logo após os Estados Unidos.
Com características únicas e diversas maneiras de produção, o café brasileiro vai de commodity a bebidas especiais graças também a Indicação Geográfica (IG). O registro é concedido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, com identidade e valor próprio. Eles apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como vegetação, clima, entre outros, como evidencia o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Existem duas formas de certificação: Indicação de Procedência e Denominações de Origem. Conforme o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), desde 2005 foram registradas 10 IG’s por Indicação de Procedência, isto é, nome geográfico da localidade que tenha se tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação.
Em julho de 2023, a Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas ganhou o reconhecimento. Já em relação a Denominações de Origem, que é o nome da localidade que tenha características que se devam exclusivamente ao meio geográfico, incluindo fatores natural ou humano, foram registradas seis IG’s, sendo a Associação dos Cafeicultores da Canastra, a última que recebeu certificação em setembro deste ano.
O coordenador de Cooperativismo, Associativismo Rural e Agregação de Valor da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), Nelson de Andrade, afirma que as indicações contribuem para a preservação das características e das tipicidades dos produtos que se constituem em patrimônio de cada região.
“A IG melhora e torna mais estável a demanda do produto, pois cria uma confiança do consumidor que, sob a etiqueta da Indicação Geográfica, sabe que vai encontrar um produto de qualidade e com características regionais”, destacou ele em comunicado do Mapa.
Classificação e fiscalização de café
O Mapa estabeleceu o padrão oficial de classificação do café torrado, considerando requisitos de identidade, qualidade, amostragem, apresentação e marcação ou rotulagem. O padrão de classificação é determinado com base nos requisitos de identidade, que consideram a espécie do gênero Coffea e o tipo de processamento.
A partir de janeiro de 2023, de acordo com o Ministério, a fiscalização das empresas produtoras para garantir a qualidade e a identidade do café disponível no mercado começou a ser feita, assim como as indústrias produtoras, conforme explica o coordenador de Fiscalização da Qualidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), Tiago Dokonal, também em nota.
Ele acrescenta que as principais impurezas encontradas são cascas e paus de café e são torrados e comercializados como se fossem grãos legítimos. No mês de julho, os auditores realizaram uma fiscalização nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal para combater a fraude.
Para ele, a importância da classificação e das fiscalizações garante a autenticidade do café. “Isso assegura que o consumidor receba um produto que atenda aos padrões estabelecidos, livre de impurezas e de acordo com a classificação adequada”.
Uma das prioridades das inspeções é reduzir a incidência de matérias estranhas e impurezas acima de 1%, que é o limite máximo estabelecido na legislação, de acordo com o Mapa.
Fonte: Globo Rural