Moradores de Manhuaçu, especialmente de comunidades rurais no distrito de São Sebastião do Sacramento e do Coqueiro Rural, relatam o surgimento de casos de pessoas contaminadas com leishmaniose nos lugares onde residem, e, com isto, a preocupação com a existência de surto da doença.
Conforme dados das Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos anos, os registros de pessoas infectadas aumentaram em Manhuaçu, com a evolução de 11 casos, registrados em 2015, para 44, em 2021.
Cachorro não tem culpa
A LTA (leishmaniose tegumentar americana), conhecida como ferida brava e úlcera de Bauru, é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas, tendo como reservatórios marsupiais e roedores, como a preguiça, o tamanduá.
O cão doméstico não é reservatório da LTA, sendo acidentalmente infectado e podendo ter cura espontânea da doença, não sendo necessárias medidas de controle (inquérito ou eutanásia). Será apenas uma sentinela da ocorrência da transmissão da doença na localidade.
A transmissão se da por pela picada várias espécies de flebotomíneos (mosquito palha, cangalhinha, etc.), principalmente do gênero Lutzomyia. O período de incubação no homem, em média de dois meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (dois anos). A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente.
As lesões podem ser cutâneas (na maioria das vezes) apresenta-se como uma lesão ulcerada única e se caracteriza por bordas elevadas em moldura, geralmente indolores, distribuídas por todo o corpo.
Em relação às recentes informações sobre casos da doença na Comunidade Coqueiro Rural, a Coordenadora de Vigilância Ambiental de Manhuaçu, Emilce Estanislau Muniz, mencionou que equipes de agentes serão enviadas ao local para avaliar a situação de pessoas e de cães. Ela mencionou que, como prevenção, é altamente recomendável o uso de repelentes de mosquito, pois, o inseto vetor desta doença vive em matas como as que são típicas da região.
Emilce relatou ainda que as equipes de Saúde realizam palestras nas comunidades rurais para orientar a população sobre prevenção a esta doença. Ela ainda frisou que é muito importante que a pessoa busque atendimento médico ao perceber os primeiros sinais da doença, como manchas no corpo, para que o tratamento tenha mais eficácia.
(Fonte: Diário de Manhuaçu)