Manhuaçu aprovou a Lei Complementar 17/2022 que dispõe sobre a regulamentação, instalação e funcionamento de espaços coworking, business center e escritórios virtuais. Na prática, a nova legislação favorece a criação de um ambiente favorável a startups e empreendimentos de prestação de serviços e de tecnologia no município.
O espaço coworking se refere ao local de trabalho que permite e incentiva a convivência e o compartilhamento de recursos compartilhados. A Lei também organiza o modelo de Centro de Negócios e incubadora de empresas e cria a possibilidade dos empreendedores registrarem seus endereços fiscais no modelo de escritório virtual.
De acordo com o contador e empresário Daniel Gerhard Batista, a regulamentação atinge vários propósitos, dentre eles a possibilidade de retirar da informalidade o pequeno e microempreendedor, abrir oportunidades de estabelecimento para o profissional liberal, facilitar a abertura e ou o endereço comercial de novas empresas, com baixíssimos custos, colaborando, sobremaneira na arrecadação de tributos municipais, por exemplo o ISS, e favorecendo o ecossistema de inovação do município.
“Esse projeto é um sonho que eu tinha. Sou de Manhuaçu, mas estudei em Belo Horizonte e acabei tendo alguns negócios na capital. Para não ter escritório, para não ter um gasto lá, acabei utilizando um escritório que na época alugávamos a sala com mobiliário. Com o tempo, isso ganhou o nome de coworking. Basicamente, uma pessoa monta uma estrutura e você pode alugar por hora, por dia, por mês. Em alguns modelos, você aluga somente a sala. Em outros, o escritório montado. Até mesmo um espaço de treinamento e cursos. Enquanto estudava em Belo Horizonte, durante o mestrado, utilizei muito esse tipo de espaço”, explica.
Daniel Gerhard conta que construiu o edifício Real Work com essa proposta, mas faltava a regulamentação. “Graças a Deus, tive a oportunidade de montar um espaço assim. Dispomos de três salas de coworking. Temos salas montadas como escritórios, sala de atendimento, sala de treinamento, de cursos, criamos uma cafeteria, adega, espaço de convivência para fomentar a rede de contatos dos usuários do local. Temos vários serviços extras que são adquiridos por demanda”, detalha.
Para o vereador Cleber Benfica, Presidente da Câmara de Manhuaçu e um dos defensores da ideia, “Manhuaçu inova e sai na frente. Realmente era uma regulamentação que estava precisando. A pandemia não foi boa para ninguém, mas para esse cenário foi muito bom, porque alguns segmentos perceberam que não precisam ter grandes estruturas físicas. Se elas se organizarem, podem ter um espaço como esse para desenvolver seu trabalho. Acredito que vai dinamizar muito o mercado e fomentar novos negócios. Já temos vantagens com a criação do MEI, mas agora ele poderá ter um espaço de atendimento, mas com custo baixo”.
O vereador e administrador Rodrigo Júlio conta que já atuou como consultor empresarial e sentiu falta desse tipo de espaço para trabalhar na cidade. “Eu vejo que abre várias portas de oportunidades para pequenos empreendedores que queira alugar por tempo. Gente que realmente não precisa manter uma estrutura permanente. Esse serviço vai ser muito bom. Coloca Manhuaçu na vanguarda e abrirá novos campos de negócios”, analisa.
A Lei Complementar 17/2022 foi aprovada na Câmara de Manhuaçu no início de fevereiro e sancionada pela Prefeita Maria Imaculada no dia 10.