Os apreciadores de café estão cada vez mais exigentes e eles não estão dispostos a abrir mão do sabor diferenciado em suas xícaras, muito pelo contrário: de acordo com dados da Nielsen, empresa germânico-americana focada em pesquisas de mercado, os cafés com custo superior a R$12 nas embalagens de 500 gramas tiveram um crescimento de cerca de 31,1% nos anos de 2019 e 2018. Além disso, enquanto o mercado do café tradicional cresce cerca de 2% ao ano, os cafés gourmet apresentam a média de 13%.
A notável valorização do produto é reflexo da tendência mundial que tem se consolidado no Brasil e que será demonstrada durante a Semana Internacional do Café, o maior evento do setor do país, que será realizado entre os dias 18 e 20 de novembro em plataforma digital. “O mercado internacional há tempos consome cafés diferenciados. E essa realidade também está crescente no território brasileiro. Graças à competência do produtor, aliada às técnicas de produção, somos um dos poucos países que têm a capacidade de preencher essa demanda de mercado com quantidade e qualidade”, explica Breno Mesquita, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema FAEMG) e presidente das Comissões Estadual e Nacional de Cafeicultura.
Para ser classificada como especial, as características da bebida são analisadas de acordo com a forma de produção do café – pré-colheita e colheita, principalmente – e a sua indicação geográfica. As influências do ambiente, do processo produtivo e das pessoas envolvidas criam outro fator diferenciador para o produto, que apresenta originalidade e características únicas, somente encontradas naquela região. “Além disso, os compradores valorizam a história presente nos grãos: os detalhes, a cultura, elos e cuidados em torno do cultivo e produção. A cafeicultura é rica nesses aspectos e tais experiências despertam ainda mais o interesse do consumidor”, completa Mesquita.
Outro quesito importante para essa valorização do produto é a sustentabilidade socioambiental presente na produção. “Com uma legislação trabalhista e ambiental criteriosa e exigente, o Brasil ganha destaque positivo neste critério. Para comprovar que tais especificidades estão sendo cumpridas e abrir caminhos para mercados exigentes, a busca por certificações também é um aspecto importante”, pontua Niwton Castro Moraes, assessor técnico especial em café da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). Seguindo critérios de padrão internacional, selos como o Certifica Minas Café, desenvolvido pelo governo de Minas Gerais para produtores do estado, abre portas para o mundo e agrega valor ao café, sendo uma característica considerada pelos consumidores.
O especialista reforça que o conceito de café especial está intimamente ligado às características singulares de cada produção, que proporcionam prazer e sensações diferenciadas. “O café não é só matéria-prima, ele tem qualidade e tem história: de uma família que trabalha unida, de um lugar agradável para se visitar, com uma bela vista e boas lembranças, o que faz dele uma grife”, finaliza.
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