quinta-feira , 14 novembro 2024
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Cafezais começam a florescer após chuvas em regiões produtoras

cafezal floradaApós as chuvas, produtores de café começam a relatar sobre as boas condições da floração da planta em diferentes regiões cafeeiras no Brasil. Em Minas Gerais, responsável por grande parte da produção de arábica do país, as precipitações ajudaram a consolidar as flores nos pés de café.

Brancas e aromáticas, as flores sinalizam uma retomada do desenvolvimento das plantas para a safra 2025/26, de que, ao menos, haverá formação do fruto, porém não garantem qualidade e nem padronização do café, pois ainda é preciso uniformidade nas precipitações, conforme indicam produtores e cooperativas nacionais.

Com as altas temperaturas e seca de mais de 160 dias em municípios mineiros e capixabas, as chuvas que começaram no meio da semana passada – e seguem nos próximos dias – aliviam o desgaste dos cafezais, segundo relatos de cooperativas brasileiras.

Por outro lado, a cadeia segue atenta, pois muitas colheitas foram adiantadas ou até atrasadas, interferindo na primeira florada, o que pode causar déficit de produtividade.

“No entanto, apesar da boa floração inicial, é importante que as condições climáticas permaneçam favoráveis nos próximos meses para que o desenvolvimento dos frutos continue sem maiores problemas”, indica a Embrapa Café.

Ainda é cedo para falar em qualidade do café da safra 2025/26, porque o volume pluviométrico ainda não é suficiente para afirmar que o déficit hídrico foi resolvido, em especial para os cafezais que não possuem irrigação. Porém, dão um ‘fôlego’ ao produtor, que está compartilhando nas redes sociais e nos grupos de cafeicultores imagens das plantas ‘esbranquiçadas’ com os botões florescendo. De acordo com agrônomos da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Espírito Santo (Cafesul), o momento é crucial para adubação, o que pode assegurar a produtividade.

“A época da florada é crítica para a determinação do potencial produtivo da lavoura de café. De modo geral, quanto mais nós nos ramos, maior quantidade de flores pode surgir. E, quanto mais flores, mais frutos podemos produzir. É lógico que até a colheita muita coisa pode acontecer, mas o potencial produtivo é definido assim, simplificadamente”, afirma o boletim da cooperativa sobre a florada do conilon.

Um produtor de grãos arábica de Varginha (MG) compartilhou com a reportagem que seus milhares de pés de café estão todos floridos e esse momento é crucial para cuidar da planta, com disponibilização de água para que a queda das flores não se antecipe.

A maior cooperativa de café da América Latina está levantando com sua equipe técnica as condições nas lavouras para poder indicar como está o desenvolvimento vegetativo da planta e se enquadra em uma recuperação do ‘calendário’ esperado pelo produtor em ano de La Niña.

A formação das floradas nos parques cafeeiros também influenciaram na queda de preços do mercado internacional nesta segunda-feira (21/10), tanto para o arábica na bolsa de Nova York, como o robusta na bolsa de Londres.

Há cerca de um mês, quando houve a primeira sinalização de que a chuva viria na segunda quinzena de outubro, o programa de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg/Senar (ATeG Café+Forte) havia reportado uma previsão de quebra de 23%, em média, na safra de café arábica do Estado de Minas Gerais até o final deste ano.

A estimativa é mais acentuada do que a média nacional divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que no relatório mais recente apontou uma redução da safra 2024/25 de 0,5% em comparação com 2023/24.

Consultorias hesitam em confirmar ou reduzir os danos das projeções, enquanto o mercado acompanha os próximos dias de queda da florada e início da formação dos frutos até que fiquem cheios e comecem a apontar as condições da cereja de café a fim de que as estimativas fiquem mais assertivas.

Fonte: Revista Cafeicultura

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