domingo , 24 novembro 2024
Home / agricultura familiar / Café arábica: projeto de seleção de cultivares tem cidades capixabas

Café arábica: projeto de seleção de cultivares tem cidades capixabas

cafe graos lavoura

O “Projeto Seleção de Cultivares de Café Arábica”, que tem o objetivo de verificar a adaptabilidade dessas cultivares em diversas regiões, altitudes e condições climáticas diferenciadas, vem sendo desenvolvido em municípios do sul do Estado, além de outras regiões. O projeto do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), já implantou 18 unidades experimentais e está em fase de avaliação.

Na região da Indicação Geográfica (IG) Café do Caparaó, as unidades estão localizadas nos municípios de Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibitirama, Irupi e Muniz Freire.

Já da região da IG Café Montanhas do Espírito Santo, os municípios que receberam as unidades foram Afonso Cláudio, Brejetuba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Muqui, Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa/São Roque do Canaã. Os municípios de Alto Rio Novo e Mantenópolis, da região Noroeste Capixaba, também receberam as unidades.

Sobre o projeto:

O projeto é desenvolvido com a integração entre a Pesquisa e a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do Instituto. As unidades experimentais estão implantadas em altitudes que variam de 600 metros a 1.400 metros, em propriedades de cafeicultores que são lideranças locais e parceiros do Incaper. Entre as 18 unidades experimentais, uma de Santa Maria de Jetibá e a unidade de Domingos Martins, em Alto Parajú, são conduzidas no sistema de cultivo orgânico. As demais unidades são conduzidas no sistema de boas práticas agrícolas.

As cultivares selecionadas de café arábica pelo projeto são: Catucaí Vermelho 785/15, Catucaí Amarelo 2SL, Catucaí Amarelo 24/137, com seleções do extensionista do Incaper; Cesar Abel Krohling, Catuaí Vermelho IAC 44, Catiguá MG2, IPR 103, Arara, Acauã Novo, Tupy e Japi.

Um dos propósitos do projeto é verificar a produção e a qualidade da bebida dessas cultivares de café arábica nas diferentes altitudes. O pesquisador do Incaper e coordenador do “Projeto Seleção de Cultivares de Café Arábica”, Maurício Fornazier, destacou que tais verificações vão permitir mapear o potencial de produtividade e qualidade dos cafés arábica capixabas.

“Temos a finalidade de proporcionar aos cafeicultores o uso das melhores cultivares de café arábica para suas regiões. O cafeicultor poderá fazer uma programação de cultivares de diferentes ciclos de maturação para poder otimizar o uso da mão de obra e da estrutura disponível na propriedade. Assim, ele aumentará a quantidade de grãos de café de qualidade superior e vai agregar renda à produção, devido ao preço maior desses grãos de qualidade”, explicou Fornazier.

O projeto foi iniciado em novembro de 2018, com o planejamento experimental das unidades, bem como das localizações no Espírito Santo com o apoio do pesquisador Rogério Guarçoni e do gerente de Ater do Incaper, Fabiano Tristão. Logo que teve início a confecção das mudas de café arábica, as primeiras unidades foram para o campo em março de 2019 e as demais foram implantadas em março de 2020.

Integração Pesquisa e Ater

As ações do projeto são realizadas pelos pesquisadores e extensionistas do Incaper, representando total integração entre a Pesquisa e a Ater do Instituto. As unidades experimentais estão abertas para visitação dos cafeicultores das regiões onde estão implantadas. Maurício Fornazier acrescentou que os extensionistas são responsáveis pelo desenvolvimento da unidade implantada em seus municípios e têm grande importância para a visitação dos produtores às unidades experimentais.

Outra importante parceria do projeto é com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), campus de Venda Nova do Imigrante. Os professores Lucas Louzada e Aldemar Moreli são os responsáveis por todo o processamento pós-colheita, a análise sensorial das amostras e as análises físico-químicas dos componentes dos grãos de café. Na safra 2021/2022 serão analisadas 400 amostras, de acordo com o coordenador do projeto.

As unidades experimentais estão instaladas em propriedades de produtores de café, sendo eles os responsáveis por conduzir operacionalmente os trabalhos de campo, com o apoio dos extensionistas e pesquisadores. O extensionista do escritório local do Incaper de Guaçuí, Maxwel Assis, destacou os benefícios que o cafeicultor pode adquirir, ao adotar as cultivares de café arábica indicadas pelo projeto.

“Um dos benefícios dos produtores em participar desse projeto de pesquisa é colaborar com cada fase do trabalho e ter um banco de informações claras e objetivas do comportamento produtivo. Com isso, eles podem adquirir conhecimentos e experiências com o desenvolvimento, manejo e produção de cada uma das cultivares. O trabalho permitirá uma melhor definição para a tomada de decisão na escolha das melhores cultivares a serem plantadas em cada microclima ou condição de clima, solo e topografia”, salientou Maxwel Assis.

“As unidades experimentais de Alto Rio Novo e Mantenópolis, com as unidades de Santa Teresa/São Roque do Canaã, servirão para caracterizar os cafés da Região Noroeste Capixaba, com o intuito de criação da IG dessa região específica. Também será possível fazermos associações de altitude com as características de cultivo e com as cultivares para as diferentes qualidades de cafés, com a extrapolação desses resultados para outras regiões de cultivo no Estado, que tenham as mesmas características. Esse é um trabalho a ser realizado futuramente com a Coordenação de Meteorologia do Incaper”, disse Fornazier.

“Com a conclusão do projeto, teremos caracterizados os terroirs dos cafés capixabas por cultivar, em cada região de Indicação Geográfica”, completou o coordenador do projeto.

Parcerias

Composto por uma equipe de 45 participantes, o projeto inclui pesquisadores e extensionistas do Incaper, bolsistas e estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus Alegre; e do Ifes, campus Alegre e campus Venda Nova do Imigrante (VNI).

O pleno desenvolvimento do projeto vai acontecer na safra 2022/2023, quando serão processadas 760 amostras de grãos de café originárias das 18 unidades instaladas, que serão geradas anualmente. O projeto também tem parceria técnica e financeira com a Casa do Adubo e a Natufert, que estão custeando todos os insumos para a produção das unidades experimentais.

(Fonte: Jornal Fato)

Veja Também

mandioca

Preços da mandioca sobem pela 24ª semana consecutiva

Os preços da mandioca seguem em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, subindo ...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *