A queda na safra e a inflação do café, que levaram o consumidor a reduzir a compra dos grãos gourmet para buscar o torrado e moído tradicional mais barato, provocaram também a falta do produto nos supermercados.
O indicador que mede a indisponibilidade de mercadoria nas prateleiras voltou a subir para o café, segundo a Neogrid, empresa de software para o varejo que faz o monitoramento.
Depois de começar o ano em um patamar de 6% e atingir o pico de 10,5% em junho, o índice vinha caindo. Ficou em 9,2% em novembro, mas subiu de novo para 9,8% em dezembro.
Robson Munhoz, diretor da Neogrid, cita uma conjunção de fatores que impulsionaram o chamado índice de ruptura: estiagem, cenário de recessão, inflação elevada, perda do poder de compra, aumento de preço dos cafés especiais e, consequentemente, alta na demanda por produtos mais baratos.
O café moído foi o segundo item do IPCA que mais subiu no ano passado. A variação chegou a 50,24%. A falta de chuvas e as geadas castigaram plantações em estados como Minas Gerais.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontou queda de 24,4% na produção de café do país em 2021. O ano foi de baixa no ciclo bianual do café arábica, situação acentuada pela seca prolongada.
(Fonte: FolhaPress)