O café e o leite fazem parte da história do agronegócio de Minas Gerais. Todos os dias essas duas cadeias produtivas enfrentam desafios que poderiam ser diminuídos com soluções inovadoras. Para compreender essas necessidades e apontar ações, o Instituto Antonio Ernesto de Salvo/Sistema FAEMG, desenvolveu um estudo onde aponta os 343 obstáculos enfrentados pelos produtores de cinco regiões mineiras.
O café e o leite fazem parte da história do agronegócio de Minas Gerais. Todos os dias essas duas cadeias produtivas enfrentam desafios que poderiam ser diminuídos com soluções inovadoras. Para compreender essas necessidades e apontar ações, o Instituto Antonio Ernesto de Salvo/Sistema FAEMG, desenvolveu um estudo onde aponta os 343 obstáculos enfrentados pelos produtores de cinco regiões mineiras.
O diagnóstico foi realizado por meio do programa NovoAgro 4.0, e foram entrevistados 115 produtores rurais nas regiões de Uberaba, Juiz de Fora, Viçosa, Montes Claros, Lavras e Governador Valadares. O resultado desse trabalho foi o mapeamento de desafios, divididos em técnicos, comportamentais e de gestão.
Minas é o maior produtor brasileiro de leite com, aproximadamente, 30% do total, o que corresponde a 9,4 bilhões de litros produzidos e 1,2 milhões de trabalhadores diretos. Em 2020, o valor bruto da produção da atividade leiteira, em Minas, foi de 21,4 bilhões, segundo o IBGE. Mas apesar desses números brilharem os olhos, a falta de política de desenvolvimento em longo prazo, aliada à concorrência desleal e predatória dos subsídios internacionais concedidos às principais commodities lácteas torna essa cadeia uma das menos competitivas do agronegócio – principalmente sobre o ponto de vista do produtor, que acaba sendo impactado com a baixíssima remuneração que, na maioria das vezes, não arca com os custos de produção.
No café o estado também é campeão. As lavouras ocupam 1,1 milhão de hectares, o equivalente a 1,5 milhão de campos de futebol enfileirados. A safra fechou em 21,45 milhões de sacas, sendo 99% do tipo arábica, cerca de 46% do total nacional. As diferentes características permitem conquistar os mais diversos clientes do mercado nacional e mundial. Estima-se que a cadeia produtiva do café gere 3 milhões de empregos diretos e indiretos em Minas Gerais. Apesar de ser considerado um setor relativamente rico, ser um produtor de café significa viver uma vida de incertezas. As restrições topográficas e organizacionais, além das limitações de mecanização, exigem a busca de alternativas que viabilizem a permanência no mercado com lucratividade. Outras dores são nos processos de gestão da produção e das propriedades, bem como investimentos em infraestrutura de produção e processamento, além de mecanismos de proteção a produção e comercialização a exemplo dos seguros agrícola e de preços.
O levantamento da cadeia produtiva do leite levou em consideração 13 aspectos e no café foram observados 21 pontos fundamentais, que levam a uma base geral de todo o processo produtivo das duas culturas. A partir disso foram identificados os problemas em cada região e listados os considerados mais graves.
“Dessa forma, a entidade atrai o olhar de empreendedores ávidos por desenvolver soluções sustentáveis, escaláveis e que colocam o produtor rural como grande protagonista”, destaca a superintendente do INAES, Silvana Novais.
Na cadeia do leite, os problemas se repetem bastante independente da região, tais como os desafios do leite com a comercialização, onde os produtores só sabem o preço que será pago ao produto 30 ou até 60 dias após a coleta. Na cadeia do café, os problemas que se repetem nas regiões são o desconhecimento de mercado e a falta de articulação para a venda direta ou exportação do produto.
Existem alguns desafios regionais, mas se apresentam de forma bem pontual, como a necessidade de melhor aproveitamento dos recursos hídricos, no norte de Minas Gerais. E desafios que fazem parte de ambas as cadeias, como o alto custo de produção e a instabilidade da energia elétrica. Em quase todas as regiões, percebe-se um enfraquecimento das cooperativas e um distanciamento do produtor dessa visão associativista, o que acaba prejudicando com o aumento do custo do processo produtivo. Falta também a união dos produtores para trabalho em conjunto, seja para compra coletiva de insumos, venda in loco e utilização de maquinários. A sucessão familiar também é um grande desafio para ambas as cadeias, os filhos não querem permanecer no campo e os pais também não incentivam – não querem que os filhos herdem a mesma “vida dura” e os orientam a estudar e seguir outros caminhos
A publicação digital está disponível gratuitamente aqui.
(Fonte: SENAR/ MG)