sexta-feira , 22 novembro 2024
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Startup de jovem manhuaçuense agiliza certificação para cafeicultores e é destaque internacional

Mauro_Junior Certicafe

A inovação do jovem manhuaçuense Mauro Júnior em lançar startup que disponibiliza aplicativo em celular para agilizar, em conjunto com o trabalho do agrônomo, todo o processo de certificação do café, além de torna-la mais acessível aos cafeicultores de pequeno porte, tem sido bem-sucedida e está sendo apresentada em outros países.

Em entrevista, Mauro Júnior menciona que a Certicafé tem a proposta de simplificar todo o processo necessário para a certificação, tornando-o acessível especialmente aos agricultores familiares que, donos de pequenas propriedades, por vezes, produzem cafés de excelente qualidade, mas têm dificuldade de acesso aos selos certificatórios que os ingressarão ao mercado de cafés especiais, onde o precioso grão é bem mais valorizado.

‘Somos uma empresa de tecnologia, de Manhuaçu, na região das Matas de Minas. Estamos fazendo trabalho inédito e totalmente inovador para a cadeia do café, não somente para a região, mas para a economia. Afinal, estamos falando da segunda bebida mais consumida no mundo. O café é uma bebida que precisa de sustentabilidade, e, sustentabilidade passa por certificação. Porém, a certificação da maneira tradicional como era feita, inviabilizava o acesso do pequeno produtor. Para que ele conseguisse ter o certificado, acessasse novos mercados, se tornasse sustentável e melhorasse os resultados da propriedade, era muito caro, lento e muito burocrático. Não era à toa que, na nossa região das Matas de Minas, em um universo de 36 mil produtores da agricultura familiar, havia somente nove produtores, todos eles grandes produtores, com acesso às certificações internacionais’ explanou Mauro Júnior.

‘Diante desta dificuldade de acesso para os pequenos produtores, nós criamos um aplicativo em que, pelo celular, o cafeicultor consegue fazer toda a rotina para obter a certificação, com a ajuda do agrônomo. Então, com a nossa tecnologia e a assistência técnica que o agrônomo presta a todo produtor, conseguimos simplificar o processo para os proprietários, inclusive os de pequeno porte, para que eles consigam a certificação’, relatou Mauro.

 

CASE COM 21 CAFEICULTORES DA REGIÃO

 

O empreendedor destacou um case de sucesso realizado com pequeno grupo de cafeicultores da região e como o uso da tecnologia, aliada ao acompanhamento de todas as etapas, proporcionou esta revolução no acesso à certificação para os produtores. ‘Foi assim que conseguimos um case muito importante para a região, que foi o trabalho com 21 pequenos produtores da agricultura familiar, que é a realidade da nossa região e da nossa cafeicultura. Tornamos estes produtores certificados em apenas três meses, enquanto que o período normal de adequação é de um ano. Ou seja, agilizamos os procedimentos e reduzimos o custo destas operações em 60%’, comemorou.

 

SELOS INTERNACIONAIS

 

‘Conseguimos, por exemplo, certificar o produtor com o Rainforest Alliance Certified, que é um selo que muitos querem, e, somente os grandes conseguiam. Agora, o viabilizamos para os pequenos e mostramos que é possível a certificação de orgânicos, inclusive para mercado exterior, para que estes produtores possam agregar valor e fazer parte deste mercado, que está se tornando cada vez mais sustentável’, pontuou Mauro.

 

UMA COISA PUXA OUTRA

 

Além de abrir novas portas para os produtores, a certificação traz consigo uma série de transformações que se revelam como melhorias e ganhos diversos, conforme anuncia Mauro. ‘Uma das principais características da certificação é fazer com que o produtor se adeque às Legislações Ambiental e Trabalhista, de acordo com aquilo que se aplica à realidade dele. É uma adequação muito simples como, por exemplo, a documentação que autoriza o consumo da água. É necessário que o consumo seja regularizado. Quem não tem, fica exposto a correr o risco de tomar multa por consumir recurso do meio ambiente, sem a devida autorização. Quem é certificado, obrigatoriamente tem que ter isto. Outra coisa muito importante é a segurança, a proteção no secador, as capacitações para fazer todo o trabalho na lavoura, usar a roçadeira do jeito certo e outros equipamentos. São atitudes que melhoram a qualidade da prestação de serviços das pessoas que trabalham na propriedade e diminuem o risco de qualquer tipo de acidente e passivos trabalhistas, em razão disto. Então, não é somente o ganho financeiro direto, mas o indireto também porque o nível de organização que a propriedade adquire quando se torna certificada é muito grande, e, isto, influencia diretamente no resultado financeiro da propriedade’, concluiu o jovem empreendedor.

(Thomaz Júnior)

 

 

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