sábado , 23 novembro 2024
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Cafeicultora de Reduto é eleita umas das 100 Mulheres Poderosas do Agro

Cintia Matos Reduto cafeicultora

Residente no Córrego Guarani, em Reduto, a Cafeicultora e Presidente da AMUC (Associação de Mulheres da Cafeicultura das Matas de Minas e Caparaó), Cíntia de Matos Mesquita, foi eleita pela Revista Forbes uma das “100 mulheres poderosas do Agro Brasileiro”. A divulgação da lista foi na última sexta-feira, 15/10, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher Rural.

Na lista, a Revista Forbes selecionou representantes do movimento de mudança no campo. Por meio delas, o objetivo é homenagear as mulheres que atuam no agronegócio, mesmo que o trabalho seja realizado a partir das cidades.

‘Para chegar aos 100 nomes, fomos a campo pesquisar, perguntar, buscar orientação de lideranças e também resgatar informações de reportagens especiais. São mulheres que se destacam em diferentes setores do agronegócio: elas estão presentes na produção de alimentos de origem vegetal e animal, na academia, na pesquisa, nas empresas, em foodtechs, em consultorias, em instituições financeiras, na política, nas entidades e nos grupos de classe e, mais do que nunca, nas redes sociais’, destacou a equipe de redação e pesquisa da conceituada publicação.

Oito mineiras estão na lista. O nome de Cintia de Matos Mesquita foi destaque da região, mas sua atuação é considerada nacional, especialmente pelo protagonismo à frente das mulheres na cafeicultura.

Cintia é produtora de café em Reduto, na região das Matas de Minas. Ela foi presidente da IWCA (Aliança Internacional das Mulheres do Café, na sigla em inglês) no Brasil, e atualmente integra o Conselho da entidade. A entidade sem fins lucrativos foi criada em 2003 a partir do encontro de mulheres da indústria com produtoras de café na Nicarágua e tem por objetivo promover a participação feminina nas decisões das políticas cafeeiras e divulgar e valorizar os cafés de qualidade.

Em outra frente de trabalho, Cintia preside a AMUC (Associação de Mulheres da Cafeicultura das Matas de Minas e Caparaó), que tem sua sede em Manhumirim.

Sobre a notícia de destaque, Cintia relatou em entrevista que ‘foi uma surpresa. Eles fazem um trabalho de pesquisa em todo o país. E, eu recebi em casa, a informação pelo WhatsApp, enviada por uma amiga, e, realmente fiquei muito surpresa. Há muitos anos, tenho trabalho voltado muito para o coletivo, como cooperativas, associações, instituições como alianças, então, não somente com o café, mas com outros produtos também, Brasil a fora, mas o destaque maior é realmente na cafeicultura. Nós incentivamos as mulheres às capacitações, à empoderar mais as suas lideranças na propriedade, na região onde atuam, e, também dar maior visibilidade nesta produção que é tão especial e que tem 100% de participação das mulheres na cadeia do café, do grão até a indústria. Então, nesta conexão, vim trabalhando junto com as companheiras, porque o mérito não é só meu. As mulheres fazem toda a conexão da cadeia da cafeicultura’.

Recentemente, Cintia tem alavancado novos projetos no setor agrícola e social. ‘Nos últimos quatro, cinco anos, além do café, venho trabalhando com frutas frescas, o guaraná da Amazônia, e temos projetos junto com o pessoal da laranja. É muito gratificante este trabalho’, comentou.

 

A agricultura é o polo maior da região, principalmente o café

 

Cintia Matos reforçou a necessidade de as lideranças políticas compreenderem e investirem na agricultura, especialmente na cafeicultura da região. ‘Em modelos políticos, nossas lideranças precisam entender que o polo maior é agricultura, e, principalmente, o produto café. O que vemos na região, tanto nas Matas de Minas e Caparaó, é a cafeicultura; gera muito emprego. Temos no período de safra, de abril a julho, e, por vezes, até o final de agosto, dependendo da safra, grande geração de emprego. O comércio é movimentado. Então, o investimento na produção agrícola da região, nos 64 municípios, deve ser grande, muito bem valorizado. As lideranças, não só do meu município de Reduto, mas de toda a região, se não prestarem atenção, não focarem neste processo, este trabalho que desenvolvemos não vai agregar tanto valor. Precisa ser uma ação coletiva. Ou seja, eu, como produtora rural e uma instituição que capacita, como FAEMG, SENAR, SEBRAE, além do próprio poder público. O negócio é andar todo mundo junto’, ponderou.

 

Cupping/ Leilão em Manhuaçu

 

Cintia anunciou a realização de importante evento para a cafeicultura em Manhuaçu, no próximo dia 05 de novembro, aniversário da cidade. ‘Teremos no próximo dia 05 de novembro, um Cupping/ Leilão de cafés produzidos por estas associadas. É um projeto novo, e, além disto, vamos trabalhar no ano de 2022 muito focados no desenvolvimento das famílias da região; não só no meio rural, mas dentro da cidade também, para que o meio urbano conheça a produção agrícola. Este trabalho será ‘Mulheres liderando famílias’, é um projeto que está no forno há algum tempo. É nosso propósito buscar esta ligação, da parte urbana com a parte rural e vice-versa, e fazer com que o comércio conheça os bons cafés. A ideia é criar rotas onde todos possam visitar esses trabalhos que as mulheres vêm fazendo. Na verdade, estamos copiando um modelo que é do Norte do Paraná. Não há problema dizer isto, porque tudo que é bom deve ser copiado. Foi justamente as mulheres que alavancaram a qualidade do café no norte pioneiro do Paraná novamente, porque a região estava um pouco fora do mapa. Agora está retornando. Então, na nossa região, faremos este projeto em 2022, investiremos na qualidade, no turismo e promover esta integração para destacar o maior produto da região que é o café’, concluiu.

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